Esta postagem do blog foi escrita por Peacefully Marsharing, membro da equipe da Faith Foundation, parceira da GFC.

A Faith Foundation, localizada no nordeste da Índia, está usando uma abordagem de construção de sonhos para definir metas, monitorar o progresso e criar propriedade compartilhada da mudança que a organização busca.

Em outubro de 2020, a GFC e dez dos seus parceiros antitráfico na Índia e Bangladesh reuniram-se durante quatro dias para discussões e planejamentos envolventes. Inspirados pelo sonho de um mundo mais equitativo, seguro, alegre e justo para as crianças, e comprometidos em unir forças para alcançar esse sonho, a GFC e os parceiros trabalharam na cocriação de um plano de ação.

Alguns dos parceiros, como Fundação Fé em Shillong, Índia, deram um passo além e têm facilitado a construção de sonhos em suas próprias organizações e comunidades como uma forma de criar propriedade compartilhada da mudança que desejam ver.

Peacefully Marsharing, da Faith Foundation, compartilhou recentemente sua experiência de construção de sonhos com Kulsoom Khan, da GFC:

Você pode compartilhar como a Faith Foundation começou sua jornada de construção de sonhos e o que você apreciou no processo?

Como equipe, facilitamos e conduzimos a construção de sonhos juntos em novembro de 2020. A construção de sonhos é uma metodologia para estruturar as aspirações e metas que gostaríamos de alcançar como indivíduos e como equipe. Começamos com sonhos individuais e, em seguida, trabalhamos em equipe e, coletivamente, criamos um sonho comum na forma de uma imagem.

[image_caption caption=”Uma ilustração dos sonhos da Faith Foundation. © Faith Foundation ” float=””]

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Em seguida, realizamos uma autoavaliação facilitada pela GFC, analisando nossas habilidades e o progresso do nosso trabalho. Realizamos nossa segunda autoavaliação em abril de 2021. A autoavaliação gera um senso de motivação quando nossos pontos fortes são destacados, e nos proporciona confiança e incentivo para alcançar nossos objetivos de longo prazo.

Qual é o sonho da sua organização para a mudança na Índia?

Sonhamos com uma comunidade autossuficiente e sustentável, que não precise depender de apoio externo. Sonhamos com uma comunidade que se responsabilize pela proteção das crianças, protegendo colheitas e sementes locaisUma comunidade capaz de se recuperar de quaisquer dificuldades que enfrente e que possa se defender. E, claro, sonhamos com um ambiente seguro e propício para todos.

Trabalhamos com três comunidades desde 2014. A organização levou anos para conquistar a confiança das pessoas. Aprendemos com a nossa experiência – uma vez, tivemos que cancelar um programa porque não havia membros da comunidade participando. Com o tempo e o esforço, conseguimos conquistar o coração delas graças ao tipo de apoio que oferecemos.

Agora, o apoio vem deles para nós. Eles perceberam suas necessidades e onde buscar assistência. Recentemente, um caso de abuso infantil nos foi relatado por um funcionário da ASHA (Ativista Social de Saúde Credenciado), o chefe da aldeia e algumas mulheres. Acredito que este seja um estágio inicial de apropriação comunitária.

Quão importante é esse processo de construção de sonhos, autoavaliação e planejamento de ações?

Na minha experiência, o processo é importante. Toda organização tem um conjunto de atividades, uma missão e uma visão em mente, mas quando uma pessoa externa facilita esse processo, isso nos ajuda a dar um passo para trás, refletir e analisar nossa abordagem. Por exemplo, uma pessoa externa quer saber mais sobre as atividades que a organização está realizando. Seu interesse nos ajuda a pensar sobre por que e quando realizamos essas atividades e como conduzir as atividades do programa de maneira mais eficaz.

[image_caption caption=”A equipe da Faith Foundation durante a celebração do Dia da Mulher. © Faith Foundation” float=””]

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Esse processo também nos ajuda a lembrar de onde viemos e qual é a nossa história como organização. Por exemplo, nosso programa de habilidades para a vida começou com 15 a 20 crianças e foi expandido para seis escolas e, em seguida, para 20 escolas públicas. Isso nos ajuda a enxergar onde estamos atualmente e o que precisamos fazer no futuro, valorizando nossos pontos fortes.

Por fim, o processo nos ajuda a pensar fora da caixa! Quando o facilitador faz perguntas – "Por que você acha que esta é a abordagem certa?", "Por que você está fazendo esta [atividade]?" – isso nos incentiva a pensar além do que estamos fazendo. Por exemplo, durante a autoavaliação, fiquei satisfeita com o relacionamento que tínhamos com uma assistente social da ASHA na aldeia. Esqueci que também precisamos construir nossos relacionamentos com as assistentes sociais anganwadi (mulheres) e as ASHAs nas outras duas aldeias.

O que vem a seguir para a Faith Foundation?

Embora tenha sido extremamente valioso para nós ter um facilitador externo, precisamos continuar a aprender essas habilidades de facilitação e aplicá-las em nossa equipe para sustentar esse processo. Também planejamos nos automonitorar e avaliar nosso progresso e as mudanças em relação ao nosso plano a cada três meses.

Há algo que você gostaria de compartilhar com a GFC e outros financiadores?

Sim! Percebemos que um relatório de fim de projeto para avaliar nosso trabalho não é suficiente, pois um relatório se limita a planos e atividades específicos e não transmite o panorama geral da organização.

Em vez de apenas um relatório, os financiadores devem facilitar os processos de engajamento, aprendizado, avaliação e reflexão para que tenham uma imagem mais clara e melhor de seus parceiros e das dificuldades e marcos que essas organizações vivenciaram.

Foto do cabeçalho: Uma atividade da Faith Foundation. © Faith Foundation