
Poder da juventude
Poder da juventude
Esta postagem do blog foi escrita por Evakordor Syngkli, Ribansing Nongbsap e Arnicia Kharnior, da Faith Foundation, parceira da GFC.
Em maio, o Fundo Global para as Crianças facilitou uma jornada de três dias Feira do Conhecimento hospedado por Avani, um parceiro de base da GFC localizado em Kolhapur, no estado de Maharashtra, Índia. Esta foi uma oportunidade para cinco parceiros da GFC de toda a Índia aprender com o trabalho de outras organizações e experiências e compartilhar as suas próprias. O foco da Feira do Conhecimento foi o monitoramento participativo, a avaliação e a aprendizagem, bem como propriedade comunitária.
A Feira do Conhecimento focou no Processo de Competência para a Vida Comunitária (CLCP), um método passo a passo para que as pessoas participem da responsabilidade comunitária. O CLCP ajuda os membros da comunidade a perceberem seus pontos fortes individuais e coletivos e o poder que têm para agir e gerar mudanças em sua comunidade.
Um componente do CLCP é o SALT (Estimular, Apreciar, Aprender e Transferir), um método de interação individual com as pessoas da comunidade para ajudá-las a identificar seus pontos fortes. Ao reconhecerem seus pontos fortes, elas conseguem enxergar os tipos de contribuições que podem fazer em sua comunidade. O SALT também ajuda as pessoas a se aprofundarem em suas esperanças e preocupações, o que pode motivá-las a agir, individual e coletivamente, em direção a essa mudança.
Entre os parceiros do GFC convidados a participar da Feira do Conhecimento estava Fundação FéLocalizada no nordeste da Índia, a Faith Foundation trabalha para prevenir o abuso sexual infantil, o casamento precoce e a violência doméstica, além de oferecer cuidado e apoio a mulheres e meninas vítimas de tráfico, bem como a mulheres abandonadas. Após a Feira do Conhecimento, três participantes da Faith Foundation compartilharam suas reflexões conosco.
Era a minha primeira vez viajando de avião e eu não conseguia acreditar que estava tendo a oportunidade de viajar para tão longe de casa. Vindo de uma pequena comunidade em uma pequena vila no estado de Meghalaya, eu estava com medo, mas também cheio de curiosidade e entusiasmo. Eu me perguntava como seria – um lugar com comida diferente, uma língua diferente, uma cultura diferente e um clima diferente. Mas tudo mudou quando conheci as pessoas de lá. Mesmo estando longe de casa, eu me sentia em casa.
O programa foi repleto de aprendizado compartilhado sobre o trabalho de cada um. Cada parceiro teve a oportunidade para facilitar uma sessão. Isso nos fez sentir como se fosse nosso programa e que tínhamos tanta responsabilidade quanto a organização que a sediava. Tínhamos um senso de pertencimento e assumimos a responsabilidade pelas sessões que tínhamos que facilitar.
Meu dia mais memorável foi o segundo dia do programa, quando pudemos nos conectar com membros da comunidade.
Aprendi mais sobre o processo e o poder do SALT e como ele tem o poder de unir as pessoas para que se apropriem da comunidade. Todos puderam falar sobre seu trabalho, o que fizeram, seus pensamentos, ideias e sonhos. Essa experiência me deu mais força, ideias e confiança, e um desejo renovado de trabalhar por nossas crianças, nosso povo, nossa comunidade e por nós mesmos.
A Feira do Conhecimento criou um espaço para aprendizados compartilhados entre indivíduos, organizações e a comunidade. O que foi incrível para mim foi quando, durante nossa visita à comunidade, homens compartilharam seus sonhos para suas próprias aldeias. Eles estão ativamente envolvidos na criação de um sonho de igualdade de gênero, equidade de gênero e acesso a uma boa saúde. A coragem e a paixão dos participantes foram impressionantes.
Também foi inspirador ver como as crianças estão participando ativamente da conscientização sobre as questões sociais em suas aldeias, inclusive por meio de uma peça teatral. Perto do final da peça, as crianças perguntaram aos adultos se eles as apoiariam na promoção da mudança, e isso foi muito poderoso.
O mais significativo para mim na Feira do Conhecimento foi uma atividade facilitada por Corey Oser, vice-presidente de programas da GFC. Ela pediu a todos os participantes que trouxessem algo significativo para compartilhar com o grupo. Tive dificuldade em pensar em algo que fosse importante para mim até que um dia abri minha bolsa e olhei para a foto da minha mãe. Foi então que percebi o papel fundamental que ela desempenha na minha vida. A Feira do Conhecimento me ajudou a ver que a fotografia da minha mãe era mais do que uma imagem; era um sentimento que eu carregava comigo o tempo todo.
No segundo dia da feira, participamos de uma sessão SALT com a comunidade, onde fomos convidados a relembrar uma ocasião em que fizemos algo para promover a mudança. O processo SALT me ajudou a trazer à tona uma lembrança que havia sido suprimida. Agora, uso essa lembrança específica para me definir, para reconhecer a coragem que tive aos 8 anos, quando ousei mudar a situação porque sabia que não estava certo. Essa lembrança me ajudou a enxergar a pessoa que sou hoje e se tornou minha fonte de motivação sempre que me sinto incapaz de fazer algo.
Nota do editor: As postagens do blog vinculadas acima incluem reflexões da Avani, Purnata e Rural Aid, outros parceiros da GFC que participaram da Feira do Conhecimento.
Foto do cabeçalho: Participantes da Feira do Conhecimento. © Avani