Esta postagem do blog foi escrita em coordenação com o membro do Conselho de Liderança Juvenil, Rostуslav Semka.

Os jovens são uma força poderosa na transformação de comunidades e processos globais. Para inspirar os jovens a se tornarem ativistas, conversamos com quatro membros da nossa equipe Conselho de Liderança Juvenil sobre suas experiências e motivação para agir.

Jovens em todo o mundo estão se tornando catalisadores de mudanças, rejeitando o status quo e trabalhando para melhorar o mundo ao nosso redor. Seu ativismo e comprometimento criam novas perspectivas, abrem caminhos para a solução de problemas globais e inspiram outras pessoas.

Qualquer jovem, não importa onde esteja, pode ter influência e se tornar um líder. O caminho para a liderança nasce da crença na própria força e capacidade; não há necessidade de esperar pela permissão ou apoio de outros para agir.

Para explorar mais a fundo o ativismo juvenil e inspirar os jovens a darem o primeiro passo em direção à criação de mudanças, conversamos com quatro membros da GFC Conselho de Liderança Juvenil de quatro países diferentes. Cada um tem sua própria história, sua maneira de ver o mundo e seus objetivos, mas todos têm uma coisa em comum: o desejo de promover mudanças reais em suas comunidades e trazer a luz do futuro para o presente.

O que é liderança jovem para você? O que te motiva a agir?

“Na minha perspectiva, a liderança jovem é um recurso mobilizador que traz consigo muita responsabilidade, tanto para a comunidade com a qual trabalhamos quanto para a nossa saúde mental. Sou uma mulher do Sul Global e, nesta parte do mundo, a liderança jovem é entendida como algo que vem da e para a comunidade, e não algo pessoal, o que exige que abramos nossas visões para a diversidade e a inclusão. Minha motivação pessoal é ser capaz de levantar uma voz que normalmente não é ouvida, ser capaz de mobilizar e participar da tomada de decisões onde muitas vezes não estamos envolvidas.” – Paloma J. Paul

Paloma é uma ativista com Disidências em Vermelho, uma organização de advocacy política que promove os direitos LGBTQI+ no Chile e no mundo. Sua trajetória de vida e desejo de agir são movidos por uma vontade indomável e inspirados por seu sonho de criar um mundo melhor.

Como o contexto político e social do seu país afeta o papel e a eficácia dos jovens líderes e ativistas?

Em primeiro lugar, ainda há muitas pessoas que consideram que os jovens não são muito competentes e que a mudança deveria ser liderada principalmente por adultos, por isso nossas opiniões são frequentemente descartadas pelo público em geral. Além disso, na minha área de atuação, que é a igualdade de gênero, as pessoas são muito mal informadas. Elas acreditam que, uma vez que a igualdade de direitos foi alcançada, a igualdade de gênero também foi alcançada, o que, obviamente, não é o caso. Elas também acham que o feminismo promove a supremacia feminina e associam o feminismo a muitos estereótipos negativos. Isso dificulta nosso trabalho.

Acredito que esse desafio se manifesta principalmente pelo fato de sermos ignorados. Convites para eventos são enviados mais tarde, ou há apenas uma pessoa incluída em um evento inteiro ou mesmo em uma conferência com [toneladas] de palestrantes. Portanto, embora os jovens sejam o futuro, somos muito sub-representados nos espaços de discussão. Acho que os mais velhos são muito mais mal informados; geralmente, os jovens são expostos a algum tipo de ideia de igualdade por meio das mídias sociais. Acredito que precisamos ter um discurso público melhor sobre isso, campanhas para informar as pessoas sobre o que o feminismo realmente significa. – Milena Rusu

Milena é uma ativista feminista que fundou Feminismod, a primeira organização liderada por jovens focada na luta pela igualdade de gênero na Moldávia.

Que estratégias ou abordagens você considerou eficazes para mobilizar e envolver outros jovens em sua comunidade ou país para participar do ativismo e assumir papéis de liderança?

“Como defensor da saúde nigeriano, há várias abordagens que considero eficazes, particularmente em relação ao engajamento entre pares e à mídia digital.

Os jovens na Nigéria são inspirados e influenciados por seus pares. Campanhas, workshops e eventos comunitários liderados por jovens são organizados de forma a despertar o interesse dos jovens e fomentar um senso de solidariedade, motivando-os a se envolverem em ativismo e em cargos de liderança.

Aproveitar o poder das mídias sociais e plataformas digitais aumentou o engajamento e as experiências de aprendizagem entre os jovens no meu país. Ao utilizar comunidades online, campanhas virtuais, podcasts, fóruns de capacitação online e espaços de mídia social onde os jovens nigerianos estão mais presentes, há mais espaço para efetivamente alcançar, inspirar e mobilizar um grande número de jovens para o ativismo e a liderança.” – Adibeli Chidinma

Adibeli é uma defensora da saúde de jovens e adolescentes na Nigéria. Ela promove a saúde de jovens na África, compartilhando habilidades e informações relevantes por meio de fóruns de aprendizagem, como podcasts, campanhas na mídia e ações de conscientização comunitária.

Que conselho você daria aos jovens do seu país que desejam se tornar líderes e ativistas eficazes?

Todo jovem tem potencial para se tornar um líder e ativista. Os principais são o desejo de agir, a disposição para aprender e o objetivo de mudar sua comunidade para melhor.

Comece pesquisando e entendendo as questões que lhe interessam. Quanto mais você souber sobre esses problemas, melhor poderá encontrar maneiras de resolvê-los. Em seguida, considere participar de organizações, comunidades ou iniciativas juvenis que trabalham com os desafios que mais lhe preocupam. Isso lhe dará a oportunidade de trabalhar com pessoas com ideias semelhantes na implementação de projetos. Ou você pode criar sua própria iniciativa ou projeto voltado para a solução de um problema específico ou para o apoio à comunidade.

Tente também desenvolver suas habilidades, talvez por meio de cursos online gratuitos ou treinamentos de organizações comunitárias. Concentre-se em desenvolver habilidades pessoais essenciais para liderança e ativismo. Aprenda a se comunicar com eficácia, colaborar com outras pessoas, tomar decisões e gerenciar projetos. Desenvolver habilidades de gestão de tempo e adaptabilidade também será benéfico.

Acima de tudo, não tenha medo do fracasso! Lembre-se de que o fracasso e os erros fazem parte do processo de aprendizagem. Não desista se encontrar obstáculos; pelo contrário, aprenda com eles. Acredite sempre em si mesmo! – Rostуslav Semka

Rostуslav trabalha no setor cívico na Ucrânia desde 2019 e é o chefe de uma organização não governamental chamada Lugar de inspiração.

O ativismo juvenil é a chave para a mudança. Os jovens têm uma nova visão sobre os problemas e ideias inovadoras que podem transformar comunidades e influenciar processos globais.

Ao mesmo tempo, o ativismo juvenil não se limita aos grandes movimentos e questões globais. Cada pessoa, independentemente da idade, gênero ou origem, tem o potencial de se tornar um líder e promover mudanças positivas em sua cidade, vila ou círculo social.

“Nossa mensagem final para os jovens é que não esperem pelo momento 'perfeito' – comecem a agir hoje!” – Conselho de Liderança Juvenil